(sussurrado)
Sabes, "Podia ser o fim de qualquer amor.
É sempre nos mesmos sítios." Miguel Esteves Cardoso
Sabes,
"O beijo perdeu-se (algures) entre a
(delirante)
(lenta) corrida dos ponteiros do relógio..." F.R. ,
"Ponho as mãos nas algibeiras e não
encontro nada. Antigamente tinhamos tanto que dar um ao outro". Eugénio de Andrade
(grito)
"Olho assombrada as minhas mãos vazias". Florbela Espanca
(exaltado)
Sabes,
"Já gastamos as palavras pela rua meu amor... e o que sobrou não chega para aquecer o frio de quatro paredes. Gastamos tudo menos o silêncio." Eugénio de Andrade
E agora, (Grito), agora "Que contas darás tu dessas vogais azuis tão apaziguadas?" Eugénio de Andrade E agora? "Se, na travessura das Noites Eternas já confudimos tanto as nossas pernas,
[Grito, ]me conta, agora, como hei-de partir"? Chico Burque
quarta-feira, 17 de março de 2010
segunda-feira, 1 de março de 2010
Futuros Amantes - Chico Buarque
Não se afobe, não,
Que nada é pra já.
O amor não tem pressa,
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário,
Na posta-restante,
Milênios, milênios
No ar.
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa.
Os escafandristas virão
Explorar sua casa,
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos.
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas,
Mentiras, retratos,
Vestígios de estranha civilização.
Não se afobe, não
Que nada é pra já...
Amores serão sempre amáveis.
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você.
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