quarta-feira, 30 de junho de 2010

Os Amantes Sem Dinheiro...



















Tinham o rosto aberto a quem passava

Tinham lendas e mitos

E frio no coração.


Tinham jardins onde a lua passeava

De mãos dadas com a água

E um anjo por irmão.


Tinham como toda a gente

O milagre de cada dia

Escorrendo pelos telhados,

E olhos de oiro

Onde ardiam

Os sonhos mais tresmalhados.


Tinham fome e sede como os bichos,

E silêncio

À roda dos seus passos.


Mas a cada gesto que faziam

Um pássaro nascia dos seus dedos

E deslumbrado penetrava nos espaços.