domingo, 31 de outubro de 2010

Diálogo - Cecília Meireles




Minhas palavras são a metade de um diálogo obscuro

continuando através de séculos impossíveis.

Agora compreendo o sentido e a ressonância

que também trazes de tão longe em tua voz.

Nossas perguntas e resposta se reconhecem

como os olhos dentro dos espelhos. Olhos que choraram.


Conversamos dos dois extremos da noite,

como de praias opostas. Mas com uma voz que não se importa...


E um mar de estrelas se balança entre o meu pensamento e o teu.

Mas um mar sem viagens.