sábado, 28 de agosto de 2010

O testamento dos namorados - Natália Correia















Escolhamos as coisas mais inúteis

o verde água o rumor das frutas

e partamos como quem sai

ao domingo naturalmente.



Deixemos entretanto o sinal

de ter existido carnalmente:

da tua força um castiçal

da minha fragilidade um pente.



Esse hieróglifo essa lousa

deixemos para que uma criança

a encontre como quem ousa

um novo passo de dança.



in "O Vinho e a Lira"