quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Basta-me saber que há sempre alguém a lutar contra a corrente - Jorge Palma


A chuva varre as janelas do teu apartamento.


A minha bagagem repousa ao abrigo do vento

E eu nem preciso de olhar para ti

Para saber o que esperas de mim.

Tu queres-me fazer cumprir

Coisas que eu não prometi.



Tu também sentes na pele o sopro da mudança,

Mas ficas sentada na sala à espera da esperança.

Aprendemos juntos a enfrentar o frio,

Embarcámos juntos no mesmo avião

E agora tu queres parar...

Dormir na margem do rio.



Mas, basta-me saber que há sempre alguém a lutar contra a corrente

Para me apetecer saltar,

Ir nadar ao lado dele,

Derretendo com o olhar

Todos os muros de gelo

E não consigo descansar

Enquanto não alcanço uma nova nascente.



Dizes que não suportas ver-te sózinha ao relento,

Mas tudo o que fazes é soltar o teu longo lamento

E eu vou para o meio da multidão,

Não levo a virtude nem a salvação,

Mas levo o meu calor

E uma guitarra na mão



E basta-me saber que há sempre alguém a lutar contra a corrente

Para me apetecer saltar,

Ir nadar ao lado dele,

Derretendo com o olhar

Todos os muros de gelo

E não consigo descansar

Enquanto não alcanço uma nova nascente.



E quando te voltar a apetecer seguir em frente,

Se me quiseres acompanhar,

Canta uma canção de amor,

Pinta os olhos cor de mar...

Põe no teu peito uma flor,

Traz um amigo qualquer

E vamos juntos abraçar o sol nascente