segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CANTAR MEU PAI - Carlos Jesus Gil




O meu Pai morreu!...

Não, não foi “apenas” mais um pai que morreu.

A coisa não funciona assim…,

Este era o meu!

Por isso é que para mim

são os dias breves

e as noites sem fim;

a alegria omissa

dá lugar à tristeza, que preguiça;

o canto mais belo já não é assim;

a tela que pinto só tem uma cor,

a da dor!


Não, não foi “apenas” mais um pai que morreu.

Este era o meu,

O do meu irmão e da minha irmã;

O Homem de minha mãe;

O avô dos meus sobrinhos!


Tento cantá-Lo…

Tão fácil fosse

como me é lembrá-Lo!...

Tudo o que me sai, porém,

soa pequeno, muito aquém

do Ser Enorme que foi,

do Poema que escreveu

com a vida que viveu…

E isso também me dói!




05/10/2006