sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Aves do mar - Roberto de Mesquita (poeta açoriano)
















Aves do mar que em ronda lenta

Giram no ar, à ventania,

Gritam na tarde macilenta

A sua bárbara alegria.



Incha lá fora a vaga escura,

Uiva o nordeste aflitamente.

Que mágoa anónima satura

Este ar de Inverno, este ar doente?



Alma que vogas a gemer

Na tarde anémica, de vento,

Como se infiltra no meu ser

O teu esparso sofrimento!


Que viuvez desamparada

Chora no ar, no vento frio

Por esta tarde macerada

Em que a esp’rança se esvaiu!”..