quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Tempo de Poesia - António Gedeão

















Todo o tempo é de poesia

Desde a névoa da manhã

à névoa do outo dia.

Desde a quentura do ventre

à frigidez da agonia



Todo o tempo é de poesia

Entre bombas que deflagram.

Corolas que se desdobram.

Corpos que em sangue soçobram.

Vidas qua amar se consagram.

Sob a cúpula sombria

das mãos que pedem vingança.

Sob o arco da aliança

da celeste alegoria.


Todo o tempo é de poesia.

Desde a arrumação ao caos

à confusão da harmonia.